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O Gajo das Riscas

A indignação no Festival Eurovisão

por O Gajo das Riscas, em 09.01.18

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O nosso país está mesmo viciado em indignação. Sobretudo nas redes sociais. Agora é o Festival da Eurovisão. O motivo da indignação? Os sacanas da RTP escolheram quatro mulheres como apresentadoras. Q-U-A-T-R-O. M-U-L-H-E-R-E-S. Onde raio está a igualdade de géneros, perguntam eles?

 

Agora a sério: mas alguém liga ao raio da Eurovisão? Ou melhor: mas alguém sequer se lembrava que este Festival ainda existia antes do Salvador Sobral ter ganho aquilo com uma perna às costas (e um coração a meio gás)?

 

Mas pronto, o que interessa é indignar. Uma vergonha a RTP colocar quatro mulheres a apresentar. Três delas, sublinhe-se, pertencem aos quadros da Televisão Pública: Catarina Furtado, Sílvia Alberto e Filomena Cautela. A outra? Daniela Ruah, apenas e só uma das mulheres portuguesas mais conhecidas em todo o Mundo. Uma espécie de Cristiano Ronaldo em versão feminina. Os indignados queriam o quê? O CR7 a dar uma 'perninha' na televisão?

 

E quem raio escolhiam, dos apresentadores da RTP, para surgir na apresentação deste Festival? O Malato? Epá, o Malato gosta do mesmo que elas. A Filomena gosta do mesmo que nós. Ajuda a minimizar a indignação? Ou queriam o Jorge Gabriel? Assim parecia que estávamos todos a jogar 'BUZZ' mas com um 'remix' do Singstar: afinal, os tipos vão todos ao MEO Altice Arena cantar, correto?

 

Por mim, o melhor remédio para esta indignação é simples: voltarmos ao habitual, ou seja, uma goleada e o nosso representante lá no fundinho da tabela. E pronto, já ninguém liga à merda da Eurovisão outra vez.

Os ordenados dos generalistas

por O Gajo das Riscas, em 10.11.16

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Teresa Guilherme ganha 50 mil euros por mês, apenas quando está a apresentar programas que estejam no ar. Ainda na TVI, Manuel Luis Goucha e Cristina Ferreira ganham 40 mil cada um.

 

Já na SIC, Fátima Lopes anima as tardes a troco de 35 mil euros.

 

Agora a sério: somos mesmo assim tantos a assistir a este tipo de programas? E vou mais longe: somos assim tantos a ainda ver os canais generalistas?

Para os fãs de Game of Thrones...

por O Gajo das Riscas, em 07.01.16

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(pode ser que a 'net' se antecipe, como na última temporada)

Os alfabetizados advogados

por O Gajo das Riscas, em 07.01.16

037.jpgDesenvolvi uma teoria e confirmei-a, na totalidade, esta semana, num dos blocos noticiosos da SIC (não me recordo qual), tendo como tema os duodécimos para 2016.

 

 

A teoria? É esta: todos os advogados têm uma estante gigantesca de livros, obrigatoriamente com pelo menos uma fila de autênticas bíblias de leis e lesgislações. E se não têm, tratam de a ter quando o assunto é aparecer na televisão.

 

São vários os advogados ouvidos por esta ou aquela matéria, muito embora «a coisa» gire em torno de um grupo restrito de profissionais. E todos eles, sem exceção, surgem com o mesmo cenário de fundo: as enormes e extensas estantes, cheias de sapiência.

 

Deixo o apelo: confirmem a minha teoria ao longo dos próximos dias. Seja qual for o canal, seja qual for o tema. Quando mete advogados, entrevistados no conforto dos seus escritórios, lá estão os livros.

O 'stream' da televisão portuguesa

por O Gajo das Riscas, em 09.11.15

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Ponto prévio: desde que a TDT chegou a Portugal, deixei de ter televisão em casa. Ou melhor: deixei de ter sinal. Comprei um disco rígido, com 1TB de memória, e vou vendo as séries que quero, os filmes que quero, à hora de quero. Na prática, um Netflix próprio e sem custos.

 

Se sou pirata? Não, apenas usufruo dos serviços que me são colocados facilmente à disposição. Tudo isto para dizer que, este fim-de-semana, fui visitar os meus pais. Dois dias em casa deles e, à noite, resolvi ligar a televisão e fazer um zapping. Deparei-me com um filme interessante, que ia começar daí a minutos, num dos quatro canais da nossa grelha geral.

 

Ora, não sendo eu um habitual telespectador, comecei a perceber a nova moda: intervalos curtíssimos, com tempo controlado, em contagem descrescente visível no ecrã. Pensei para comigo: «Isto é uma ideia genial de marketing. Prende as pessoas ao ecrã, porque o intervalo é tão curto que não dá tempo para nada, e faz com que todos os anúncios sejam efetivamente vistos e ouvidos pelo telespectador.»

 

O pior veio depois: além desses intervalos curtos, incrivelmente repetitivos, percebi que os outros, de 15 ou 20 minutos (estou a ser simpático), continuam a existir. Basicamente, acrescentaram ainda mais tempo de publicidade a quebrar os programas - neste caso, um filme.

 

Em termos práticos, um filme que vejo em 90 minutos, à hora que quero, quando quero, com as pausas que quero, passa a demorar pelo menos duas horas num qualquer canal português. Vantagem? Nenhuma.

 

Quando cheguei a meio do filme... desisti. Desliguei a televisão. Não aguentei mais as quebras. E adivinhem? Senti-me, aí sim, um pirata. Porquê? Porque me senti um 'Inácio', ou seja, uma pessoa que apanha o sinal dos canais pela internet, através de streams ilegais, e que não raras vezes vê a imagem parar devido ao fluxo de tráfego - o chamado 'buffering', para os menos leigos. A quantidade de vezes que o filme sofre quebras, fez-me mesmo sentir como um 'Inácio' a querer ver um jogo de futebol, através de um stream ilegal, com constantes quebras.