Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O Gajo das Riscas

A eleição de Trump (e a vergonha de ser... português)

por O Gajo das Riscas, em 09.11.16

3.jpg

Acabei a terça-feira triste, comecei a quarta-feira revoltado. Vamos por partes: Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos. Pela população dos Estados Unidos. Em democracia. A opinião sobre se era ou não a melhor opção para os norte-americanos, fica para cada um. E pode ser partilhada, claro. As redes sociais ajudam a isso.

 

O direito à opinião (ainda) nos assiste, a todos e a qualquer um. Agora o direito à ofensa... isso não. Chamar estúpidos aos americanos é, para mim, um exagero. Uma falsidade, até. Que direito tem um qualquer português, sentado na sua secretária, ou a caminho do seu trabalho, de smartphone na mão, de tecer juízos de valor sobre uma pessoa de outro país que, exercendo o seu direito ao voto, escolheu quem, para si, era a melhor (ou a menos má) opção para governar o país onde reside, onde provavelmente terá nascido, onde paga os seus impostos?

 

Mais: que direito tem um português de colocar em causa a eleição democrática num país quando, no seu, foi eleito Primeiro-Ministro um político que, nas urnas, e na prática, perdeu?

 

E acrescento outro dado: quantas das centenas (arrisco a dizer milhares) de pessoas que ofenderam, tanto presidente como população, dos Estados Unidos após conhecidos os resultados das eleições, sabe de facto o background de Donald Trump e, sobretudo, de Hillary Clinton? E dessas dezenas (vá, centenas) dos que sabem, de facto, os antepassados dos candidatos, conhecem realmente como funcionam as eleições nos Estados Unidos? Quantos sabem, por exemplo, o que é o Colégio Eleitoral? E porque raio os norte-americanos votam a uma terça-feira?

 

Leiam, amigos. Leiam muito. Formem a vossa opinião. A vossa própria opinião. E, claro, partilhem com os outros as vossas conclusões. Agora, por favor, não insultem quem exerceu o seu direito de ir às urnas e quem teve a coragem de avançar para um dos mandatos mais difíceis da história do pior país para se governar.

O sentido do voto útil

por O Gajo das Riscas, em 10.11.15

Hoje o SAPO BLOGS será, naturalmente, inundado de opiniões e sentimentos diferentes, de discussões estéreis, acusações sem fundamento e arautos da desgraça. Eu, assim como assim, lanço uma tema para discussão: quem, como eu, foi votar num dos partidos ditos pequenos, considerando-me nobre utilizador do 'voto útil', olhando para o que agora sucedeu, pode sentir-se traído?

 

Quem, como eu, não votou na coligação por não querer Passos Coelho e não votou PS por não querer António Costa, vê agora o partido em quem votou inviabilizar (e bem) um e viabilizar (mal, muito mal), outro. 

 

O voto útil passou a ser um termo sem sentido.

 

P. S. - A imagem que acompanha este 'post' resume da melhor forma possível tudo o que se passou. Futebolices...