Dezenas de encomendas feitas a tempo de chegarem antes do Natal, distribuidoras entupidas, navios naufragados e solução encontrada: comprar cá dentro. Eis, porém, que os CTT decidem brincar: greve quinta e sexta, precisamente os dois dias úteis antes do Natal.
Obrigadinhos (e lá vou eu enfiar-me num Centro Comercial. Déjà-vù!)
Imaginem o seguinte cenário: segunda-feira à noite, início da semana que culminará no Natal. Jantar com amigos. De repente, com uma diferença de alguns minutos, duas mensagens. A primeira chega à mesa: "Epá, já te comprei a prenda de Natal mas se não gostares podes trocar."
Antes mesmo do sentimento de "epá boa, uma prendinha", outro invade-me a alma: "O quê? Compraste-me uma prenda? Mas eu não tenho nada para ti", pensei eu, em silêncio enquanto esboçava um sorriso.
Segunda-feira à noite. Semana proibitiva para ir para centros comerciais. Semana complicada para compras online e entregas a tempo de ainda ir entregar-lhes a prenda a casa. Solução? Bom, enquanto pensava na solução, toca o telefone. Era a mãe. "Olha afinal vamos passar a noite de Natal a sítio x, com as pessoas y."
Estão a ver o problema que surgiu ao jantar, de ter de comprar mais uma prenda? Multipliquem por... cinco. Quatro, vá.
O mais incrível é que eu vou arranjar uma solução para tudo isto. Ou várias, acrescento. Ainda dizem que não há magia no Natal.
Quem já me conhece (ao fim deste tempo, há alguns, felizmente) sabe muito bem que odeio os estrangeirismos, a importação de modas lá de fora. Há, contudo, aquelas que dão um jeitaço. É o caso da 'Black Friday', que chega já esta sexta-feira.
Basicamente, e para simplicar, a 'Black Friday' é, para mim, sinónimo de dia de despachar compras de Natal. Sempre fui daqueles que deixava tudo para a última da hora. Daqueles que no dia 24 de dezembro ainda passava, ao fim da tarde, no Centro Comercial para comprar as últimas prendas para aqueles convidados de última hora para a ceia ou para aqueles amigos com quem, de repente, iríamos estar por esses dias.
Pois bem: a 'Black Friday' mudou-me os hábitos. Primeiro, passei a comprar quase tudo com um mês de antecedência. Segundo, passei a comprar quase tudo online.
Meus amigos, não deixem passar este dia. Mas, sobretudo, leiam bem, leiam muito e comparem preços. Há aí muita aldrabice disfarçada de promoção. E eu, como sou um mero blogue pobre desta rede, não venho aqui para vender o peixe de ninguém a troco de alguns euros de publicidade encapotada.
Conselhos para a 'Black Friday' de quem já leva uns anitos disto? Primeiro: sim, compensa, mas quando se tem algo debaixo de olho e já se está por dentro dos valores. Segundo: compensa, e muito, em termos de tecnologia. O resto, são promoções iguais a tantas outras. Terceiro: comprem, apenas e só, em sites onde já compraram. Não arrisquem naqueles sites patrocinados do Facebook onde, sei por experiência de amigos, acontecem azares em demasia (ou o produto não chega a tempo, ou vem produto trocado ou... não há produto nenhum).
Posto isto... fiz serviço público. As meninas já me podem desculpar do último post?
Se eu gosto do Natal? Adoro. Se eu gosto de receber prendas? Obviamente. Se eu gosto do convívio com a família, quantos mais melhor? Priceless. Mas esta altura traz sempre o outro bico do pau: comprar prendas. Odeio centros comerciais, odeio ter de fazer escolhas, odeio a pressão das perguntas sobre se já comprei, o que comprei ou o que estou a pensar comprar.
Este ano, para piorar, nem a internet me tem facilitado a vida. Vejo muita coisa, não gosto de nada.