A indignação no Festival Eurovisão
O nosso país está mesmo viciado em indignação. Sobretudo nas redes sociais. Agora é o Festival da Eurovisão. O motivo da indignação? Os sacanas da RTP escolheram quatro mulheres como apresentadoras. Q-U-A-T-R-O. M-U-L-H-E-R-E-S. Onde raio está a igualdade de géneros, perguntam eles?
Agora a sério: mas alguém liga ao raio da Eurovisão? Ou melhor: mas alguém sequer se lembrava que este Festival ainda existia antes do Salvador Sobral ter ganho aquilo com uma perna às costas (e um coração a meio gás)?
Mas pronto, o que interessa é indignar. Uma vergonha a RTP colocar quatro mulheres a apresentar. Três delas, sublinhe-se, pertencem aos quadros da Televisão Pública: Catarina Furtado, Sílvia Alberto e Filomena Cautela. A outra? Daniela Ruah, apenas e só uma das mulheres portuguesas mais conhecidas em todo o Mundo. Uma espécie de Cristiano Ronaldo em versão feminina. Os indignados queriam o quê? O CR7 a dar uma 'perninha' na televisão?
E quem raio escolhiam, dos apresentadores da RTP, para surgir na apresentação deste Festival? O Malato? Epá, o Malato gosta do mesmo que elas. A Filomena gosta do mesmo que nós. Ajuda a minimizar a indignação? Ou queriam o Jorge Gabriel? Assim parecia que estávamos todos a jogar 'BUZZ' mas com um 'remix' do Singstar: afinal, os tipos vão todos ao MEO Altice Arena cantar, correto?
Por mim, o melhor remédio para esta indignação é simples: voltarmos ao habitual, ou seja, uma goleada e o nosso representante lá no fundinho da tabela. E pronto, já ninguém liga à merda da Eurovisão outra vez.